O mercado de flores tornou-se representativo a partir da década de 90 e esse início foi marcado por dois eventos: ECO 92 no Rio de Janeiro e inauguração do Veiling Holambra.

Essa primeira fase eu chamo de “CHOQUE DE OFERTA”- subitamente houve uma explosão de quantidade e de variedades de flores, sustentada por grandes financiamentos em estufas, e na melhoria dos processos de produção (know how, insumos e automatização). Com mais acesso aos produtos muitos empreendedores viram nas floriculturas um negócio oportuno e resolvera, abrir suas lojas, uma vez que a demanda era reprimida e as flores eram muito caras. Nessa fase, em uma data como o Dia das Mães, conseguir-se-ia comprar um automóvel com o lucro de vendas.

Gradativamente o aumento de lojas e o aumento de oferta foram reduzindo os preços e a situação de mercado foi se tornando bastante difícil para as lojas. Muitas começaram a atuar também em serviços (decoração e paisagismo) ou se tornar também atacadistas.

Aí veio a segunda fase, no início dos anos 2000. Com a eleição do Lula houve um choque de credito na economia e esse choque provocou o que chamo de “CHOQUE DE RENDA”, e nesse momento a classe C tornou-se a principal compradora de flores. Essa fase favoreceu também muito o paisagismo e coincidiu com uma grande explosão imobiliária pelo pais. Em dado momento, a produção de flores passou a ser muito pressionada, pois como a maior parte das propriedades fica no entorno dos grandes centros, vender o sitio para a criação de um condomínio passou a ser um negócio tentador. Nessa fase os supermercados despertaram para o produto e começaram a comprar diretamente no Veiling. O crescimento dos supermercados enfraqueceu as lojas. O enfraquecimento das lojas enfraqueceu os Ceasas. Muitos produtores de SP passaram a vender através do Veiling. Houve grande queda de renda nas floriculturas e a taxa de abertura de loja foi drasticamente reduzida. Com o crescimento dos supermercados, novamente houve queda dos preços e novamente entramos em um ciclo de mercado problemático para o varejo.

Hoje vejo que estamos em uma fase que chamo de “CHOQUE DE SOLUCAO”- as lojas têm reduzido o número de funcionários, as lojas têm fechado as portas (aposto numa velocidade de fechamento de 5% aa), muitos floristas se tornaram decoradores autônomos. Mesmo na web verifica-se uma grande crise, com a concentração dos negócios nas mãos de 1 ou 2 empresas apenas (em termos de representatividade).

Se olharmos para outros setores, como a gastronomia, as cervejas artesanais, as cafeterias, as panificadoras, as barbearias, percebemos uma valorização dos nichos de mercado onde a mao de obra é intensiva, especializada e inovadora. Isso não tem acontecido em flores, por que?

No meu ponto de vista o que nos falta é:

  1. Presença digital – estar na web profissionalmente, sabendo fazer gestão de conteúdo relevante, entrando na vida das pessoas e ajudando as mesmas a se sentirem melhores, sobretudo, no reforço de relacionamento com suas redes de suporte;
  2. Produtos inovadores – a criação de produtos que surpreendam, que sejam temáticos, que proporcionem experiencias, que marquem momentos, precisam melhorar;
  3. Atendimento que surpreenda – vá até uma loja, em qualquer lugar, e faça uma avaliação sobre o atendimento que receberá. O conceito de encantamento e acolhimento não fazem parte da cultura de venda das flores, infelizmente….
  4. Serviços mais convenientes e facilidades para o consumo – as lojas precisam ampliar seu foco no mercado, enxergando-se como fornecedoras de BEM ESTAR, e, a partir daí, redefinir seu mix de produtos, serviços, marketing, comunicação e interação com os clientes. Temos que ser mais empresários e menos floristas!
  5. Temos que ter forca de conjunto – a competição gera competitividade… Para competir com os supermercados precisamos de várias floriculturas inovando e com personalidade, para gerar barulho, para motivar a melhoria geral. Temos que apostar nas individualidades, porém, estimular também a sinergia coletiva para as acoes promocionais. O modelo POOL de MARKETING já foi testado em outras cadeias e se apresenta como uma ferramenta eficaz de fortalecimento do setor.

 

Enfim, há oportunidades no mercado de flores. Isso será visto somente por alguns poucos e por isso teremos uma grande concentração de mercado nos próximos anos. O estresse cria a motivação (reforço de relacionamento com a rede de suporte da pessoa). Precisamos vender ideias e não flores. Precisamos fornecer soluções e não produtos!

Se lhe interessar seguir nessa caminhada, escreva-me para falarmos de um plano de negócios para sua loja. Ele te ajudara a analisar a viabilidade, o risco e o retorno esperado para uma guinada no seu destino….

Augusto Aki – consultor de modelo de negócios

www.negocioscomflores.com.br

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