Esta é uma pergunta fundamental às empresas, sobretudo àquelas que deverão adotar um formato híbrido a partir de agora, e não são poucas

3 de outubro de 2020

 crédito da foto – Vertical Garden

A recente pesquisa  “Covid-19: como será o seu retorno aos escritórios”, realizada em julho pela consultoria KPMG com quase 800 executivos de todo o Brasil, sinalizou que a maior parte das empresas (34,90%) que planejou para este semestre o retorno do trabalho no escritório o fará agora, entre os meses de setembro e dezembro, envolvendo a princípio pelo menos 30% dos profissionais. Assim, segundo o levantamento, assistimos hoje o retorno de milhares de brasileiros ao escritório que não é, e nem deve ser, o mesmo ambiente deixado em março, quando a pandemia chegou de fato ao nosso país.

E isso não só sob o ponto de vista físico, da metragem ou disposição das estações de trabalho – uma vez que 38% das lideranças consultadas disseram que reduzirão o tamanho do imóvel – mas, mais importante ainda, sob aspectos que interferem no estado emocional dos profissionais. Agora, mais do que nunca, é preciso trabalhar para que o ambiente físico do escritório seja capaz de tangibilizar a sensação de bem-estar que organizações no Brasil e no mundo todo precisarão assegurar aos colaboradores, sob o risco de perder produtividade e reputação. É bom lembrar que mais de 30% das empresas da pesquisa disseram que a produtividade acabou aumentando no home-office. Desta forma, como trabalhar para que os profissionais queiram, de fato, retornar ao escritório?

Esta é uma pergunta fundamental às empresas, sobretudo àquelas que deverão adotar um formato híbrido a partir de agora, e não são poucas.

Além dos cuidados essenciais e recomendados pelas autoridades de saúde à proteção da integridade física dos trabalhadores, o ambiente corporativo precisa urgentemente passar a enxergar o espaço físico como um ativo estratégico capaz de fomentar o bem-estar e a sensação de pertencimento a um time e aos valores de uma marca e, assim, reter talentos. Criar elementos que promovam este vínculo de forma sustentável e efeitos benéficos ao comportamento do colaborador tornou-se um diferencial competitivo e de comunicação das empresas. Afinal, se no home-office é necessário fazer com que nossa casa absorva um pouco da atmosfera do escritório, o contrário também é uma verdade. Organizações mais conscientes desse movimento, como o Google, por exemplo, estabeleceram até mesmo o cargo de Chief Happiness Office (CHO) ou Chief of Wellbeing Office (CWO), responsável por articular com áreas de RH, Finanças e Infraestrutura estratégias e indicadores que mensuram o retorno de investimentos em ações de bem-estar para o negócio.

Uma dessas estratégias é, sem dúvida, o paisagismo de performance, que aposta no uso do verde como um ativo capaz de agregar valor ao negócio, e influenciar a atitude e experiência do colaborador no escritório, e com o discurso da marca. Um telhado verde, por exemplo, pode ajudar a tangibilizar o conceito de sustentabilidade, além de promover um melhor controle de temperatura, o que reduz custos e promove bem-estar; uma horta corporativa promove o senso de colaboração, uma vez que requer que todos cuidem das plantas em conjunto; privilegiar a luz natural ou investir em quadros vivos, ou em um jardim vertical impacta diretamente na saúde das pessoas, pois pesquisas já comprovam cientificamente que o contato visual com plantas reduz a produção do cortisol, o hormônio do estresse, e regula a pressão arterial e os batimentos cardíacos. O verde é, portanto, uma necessidade física da humanidade; a própria pandemia trouxe isso à tona.  Uma necessidade que, infelizmente, tem sido cada vez mais negligenciada com a urbanização em massa – segundo a ONU, 66% dos países desenvolvidos serão urbanizados até 2050.

O problema é que muitas organizações ainda não conseguem vislumbrar e mensurar o retorno que investimentos no espaço físico do escritório podem trazer ao negócio, a partir do maior engajamento e bem-estar do colaborador, ou ainda acreditam que esses investimentos são invariavelmente muito altos. No que diz respeito ao paisagismo, como estratégia, isso não é verdade. O que falta aos executivos, muitas vezes, é a inteligência e a multidisciplinariedade de uma consultoria capaz de adequar as ações aos objetivos e budget disponível a quem toma a decisão.  O paisagismo de performance, entre todos os recursos da arquitetura, decoração e design de interiores corporativo, é o mais flexível sob este aspecto, e o que mais impacta sensorialmente o colaborador, contribuindo de fato para o bem-estar.

Por isso, mais do que nunca o paisagismo tem sido ponto de partida, e não instrumento coadjuvante, para projetos de empresas que retornam ao universo corporativo conscientes de que, muito mais do que um espaço físico para abrigar a rotina das atividades em grupo, o escritório é hoje, ele mesmo, um diferencial à abordagem centrada nas pessoas e à competitividade no mercado.  O retorno ao escritório é um exercício que revela que o bem-estar e o engajamento do time requerem um olhar plural, para estratégias multidisciplinares, dentro e fora da empresa.

Por Bruno Watanabe – Profissional de marketing, paisagista e diretor da empresa Vertical Garden, referência nacional e internacional em design biofílico.

Como transformar espaços para engajar colaboradores no retorno corporativo?

Esta é uma pergunta fundamental às empresas, sobretudo àquelas que deverão adotar um formato híbrido a partir de agora, e não são poucas

 crédito da foto – Vertical Garden

A recente pesquisa  “Covid-19: como será o seu retorno aos escritórios”, realizada em julho pela consultoria KPMG com quase 800 executivos de todo o Brasil, sinalizou que a maior parte das empresas (34,90%) que planejou para este semestre o retorno do trabalho no escritório o fará agora, entre os meses de setembro e dezembro, envolvendo a princípio pelo menos 30% dos profissionais. Assim, segundo o levantamento, assistimos hoje o retorno de milhares de brasileiros ao escritório que não é, e nem deve ser, o mesmo ambiente deixado em março, quando a pandemia chegou de fato ao nosso país.

E isso não só sob o ponto de vista físico, da metragem ou disposição das estações de trabalho – uma vez que 38% das lideranças consultadas disseram que reduzirão o tamanho do imóvel – mas, mais importante ainda, sob aspectos que interferem no estado emocional dos profissionais. Agora, mais do que nunca, é preciso trabalhar para que o ambiente físico do escritório seja capaz de tangibilizar a sensação de bem-estar que organizações no Brasil e no mundo todo precisarão assegurar aos colaboradores, sob o risco de perder produtividade e reputação. É bom lembrar que mais de 30% das empresas da pesquisa disseram que a produtividade acabou aumentando no home-office. Desta forma, como trabalhar para que os profissionais queiram, de fato, retornar ao escritório?

Esta é uma pergunta fundamental às empresas, sobretudo àquelas que deverão adotar um formato híbrido a partir de agora, e não são poucas.

Além dos cuidados essenciais e recomendados pelas autoridades de saúde à proteção da integridade física dos trabalhadores, o ambiente corporativo precisa urgentemente passar a enxergar o espaço físico como um ativo estratégico capaz de fomentar o bem-estar e a sensação de pertencimento a um time e aos valores de uma marca e, assim, reter talentos. Criar elementos que promovam este vínculo de forma sustentável e efeitos benéficos ao comportamento do colaborador tornou-se um diferencial competitivo e de comunicação das empresas. Afinal, se no home-office é necessário fazer com que nossa casa absorva um pouco da atmosfera do escritório, o contrário também é uma verdade. Organizações mais conscientes desse movimento, como o Google, por exemplo, estabeleceram até mesmo o cargo de Chief Happiness Office (CHO) ou Chief of Wellbeing Office (CWO), responsável por articular com áreas de RH, Finanças e Infraestrutura estratégias e indicadores que mensuram o retorno de investimentos em ações de bem-estar para o negócio.

Uma dessas estratégias é, sem dúvida, o paisagismo de performance, que aposta no uso do verde como um ativo capaz de agregar valor ao negócio, e influenciar a atitude e experiência do colaborador no escritório, e com o discurso da marca. Um telhado verde, por exemplo, pode ajudar a tangibilizar o conceito de sustentabilidade, além de promover um melhor controle de temperatura, o que reduz custos e promove bem-estar; uma horta corporativa promove o senso de colaboração, uma vez que requer que todos cuidem das plantas em conjunto; privilegiar a luz natural ou investir em quadros vivos, ou em um jardim vertical impacta diretamente na saúde das pessoas, pois pesquisas já comprovam cientificamente que o contato visual com plantas reduz a produção do cortisol, o hormônio do estresse, e regula a pressão arterial e os batimentos cardíacos. O verde é, portanto, uma necessidade física da humanidade; a própria pandemia trouxe isso à tona.  Uma necessidade que, infelizmente, tem sido cada vez mais negligenciada com a urbanização em massa – segundo a ONU, 66% dos países desenvolvidos serão urbanizados até 2050.

O problema é que muitas organizações ainda não conseguem vislumbrar e mensurar o retorno que investimentos no espaço físico do escritório podem trazer ao negócio, a partir do maior engajamento e bem-estar do colaborador, ou ainda acreditam que esses investimentos são invariavelmente muito altos. No que diz respeito ao paisagismo, como estratégia, isso não é verdade. O que falta aos executivos, muitas vezes, é a inteligência e a multidisciplinariedade de uma consultoria capaz de adequar as ações aos objetivos e budget disponível a quem toma a decisão.  O paisagismo de performance, entre todos os recursos da arquitetura, decoração e design de interiores corporativo, é o mais flexível sob este aspecto, e o que mais impacta sensorialmente o colaborador, contribuindo de fato para o bem-estar.

Por isso, mais do que nunca o paisagismo tem sido ponto de partida, e não instrumento coadjuvante, para projetos de empresas que retornam ao universo corporativo conscientes de que, muito mais do que um espaço físico para abrigar a rotina das atividades em grupo, o escritório é hoje, ele mesmo, um diferencial à abordagem centrada nas pessoas e à competitividade no mercado.  O retorno ao escritório é um exercício que revela que o bem-estar e o engajamento do time requerem um olhar plural, para estratégias multidisciplinares, dentro e fora da empresa.

Por Bruno Watanabe – Profissional de marketing, paisagista e diretor da empresa Vertical Garden, referência nacional e internacional em design biofílico.

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